"Apesar da existência do que se pode definir como impactos positivos no meio ambiente,[...] a pandemia oferece, também, consequências que podem impactar negativamente na natureza."
1°Imagem- China; 2°Imagem- São Paulo
Diante de tantas modificações ocorridas no funcionamento da sociedade: com o fechamento de fábricas, a diminuição da circulação de pessoas, a restrição de viagens, e, de maneira geral, o enfraquecimento da economia, pondera-se muito a respeito da questão ambiental. Seria esse período um pontapé para a reformulação de determinadas configurações sociais, sendo voltadas para lógicas mais sustentáveis de desenvolvimento? Ou seriam essas transformações momentâneas, resultados positivos e efêmeros, exclusivos às condições particulares nas quais estamos inseridos? Essas são apenas algumas das perguntas que martelam nas cabeças de diversos ambientalistas e cientistas nesse momento.
Se antes do início da disseminação do novo coronavírus pelo mundo, grandes problemas ambientais já preocupavam a sociedade, como o aquecimento global, a extinção de espécies, a destruição de biomas importantes e o esgotamento de recursos naturais, hoje, essa realidade não sofreu mudanças significativas.
Apesar da existência do que se pode definir como impactos positivos no meio ambiente, muitos desafios ainda permanecem, e, de acordo com observações científicas, a pandemia oferece, também, consequências que podem impactar negativamente na natureza.

É fato que houve reduções significativas das emissões de gases do efeito estufa. De acordo com informações fornecidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), com a quarentena, desde o dia 24 de março, os índices de poluição atmosférica na cidade de São Paulo foram reduzidos a cerca de 50% em apenas uma semana.
Resultados semelhantes foram verificados em cidades de importantes potências econômicas, como Paris, Nova York, Milão e Frankfurt. Além disso, houve também retração do consumo de energia: Segundo a ONS (Operação Nacional do Sistema Elétrico), o processo de retração do consumo de energia passou a apresentar sinais no dia 19 de março, com redução de 2,3% em relação à semana anterior. São mudanças que,inegavelmente,apresentam--se como positivas para o meio ambiente.
Por outro lado, experiências anteriores comprovam que reduções tão pontuais como essas não desencadeiam mudanças a longo prazo. Sempre há o outro lado da moeda. Nesse caso, a pandemia também tem gerado malefícios para a questão ambiental. Primeiramente, verificamos um aumento na produção de lixo hospitalar, principalmente nos países mais afetados, como a China, a Itália e os Estados Unidos. Outro ponto é o fato de a questão do aquecimento global ter ficado em segundo plano, assim como outras questões ambientais urgentes, em razão do combate à COVID-19. Por isso, não basta discutirmos sobre esses temas apenas em épocas como essa. É preciso expandir esses debates para além dos muros dessa época de confinamento, e, quem sabe, retirar dela alguma espécie de aprendizado, consciência ou experiência em relação ao mundo.
Matéria: Gabriela Queiroz
Design: Pedro Faria
Li, com muita atenção, o jornal, que essa plêiade de jovens se dispõe a fazer. Parabéns pela iniciativa e perseverem no ofício de escrever. Daqui para a frente, lerei todos. Os parabéns dirigidos também ao professor (a) ( es) (as) que .motivou ( aram) a iniciativa.