Após a suspensão dos testes da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e patrocinada pelo Instituto Butantan, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) se reuniu com técnicos em Brasília e anunciou na quarta-feira, 11 de novembro, a retomada dos testes. A suspensão ocorreu devido à morte de um dos voluntários da vacina, no dia 29 de outubro, e foi feita para que houvesse esclarecimento dos acontecimentos e a precaução de possíveis danos aos demais voluntários.
A Anvisa recebeu às 18h do dia 9 de novembro o aviso dado pelo Instituto Butantan sobre a ocorrência de um EAG (evento adverso grave), relacionado ao teste da CoronaVac. Esse evento adverso implica em qualquer acontecimento no processo de teste da vacina que não foi previsto e julgado pela organização como um risco para a saúde dos voluntários. A agência afirma não ter recebido informações precisas no dia da notificação, por isso foi decidida a paralisação do estudo.
“Depois de saber da ocorrência desse evento, e sem maiores detalhes, seria uma total irresponsabilidade, ouso dizer, beirando a prática criminosa, permitir o prosseguimento (dos testes), sem que tudo seja devidamente esclarecido", disse Antônio Barras Torres, diretor da Anvisa. O informe sobre o evento também sofreu efeito da paralisação do sistema de comunicação do Governo Federal, devido a um ataque de Hackers à instituição na primeira semana de novembro, provocando um atraso da notificação que havia sido enviada no dia 6 de novembro e evitando uma maior rapidez no processo de esclarecimento do óbito.
Contudo, com a apresentação do laudo do IML (Instituto Médico Legal) que atestou o falecimento do voluntário como suicídio, foi organizada uma reunião em Brasília entre técnicos da Anvisa que fazem parte de um grupo criado durante a pandemia, visando acompanhar o trajeto de todos os estudos clínicos que estão sendo feitos no país. Ao analisar a situação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou a retomada da etapa de testes da vacina CoronaVac, afirmando que tem subsídios suficientes para permitir a continuidade da pesquisa, após uma avaliação de dados que mostrou que há segurança na volta do estudo.
Dando continuidade aos estudos da vacina, essa tem grandes possibilidades de se tornar a primeira disponível para aplicação no Brasil que, ao atingir o número mínimo de voluntários infectados, encaminha-se para a terceira fase de estudos, que contará com a análise de sua eficácia em algumas etapas e divisões de grupos. Os resultados dessa análise já estão estimados para serem concluídos ainda em dezembro deste ano. Enquanto isso, o governo do estado de São Paulo já recebeu, na manhã do dia 19 de novembro, as 120 mil primeiras doses da vacina que, até então, mostra-se bem promissora.
Redatoras: Ana Júlia Lia e Juliana Parreiras
Pauta: Larissa Ozório e Luane
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