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Europa em atenção: segunda onda de covid-19

Foto do escritor: csmnewscsmnews

Não há como negar: A pandemia continua a nos perturbar e preocupar. A todo momento que nos permitimos - cândida e esperançosamente - confiar no seu fim, os casos de Covid-19, inopinadamente, recrudescem. De modo cruel, a pandemia parece rir (por último) de nossa ingenuidade e nos acusar de nutrir veleidades. É esse conto de terror avassalador que vem se reproduzindo na Europa desde setembro, condenando o outono do velho continente a uma segunda onda do vírus. Mas, como guerreiros após a luta, os países europeus estão mais preparados para enfrentá-la e decididos a agir com toda a diligência.


Ao voltarmos a fita do filme para maio deste ano, observamos uma Europa sensível, mas determinada a flexibilizar o isolamento social em seus domínios diante do dado animador que revelava uma queda de 70% nas mortes provocadas pelo novo coronavírus. Não obstante, voltando a outubro, deparamo-nos com uma reviravolta. A quantidade de contágios por semana na Europa atual supera aquela registrada no primeiro pico da pandemia em março. Uma situação tão inesperada que ganhou imediata atenção e advertência da Organização Mundial de Saúde. Os riscos à saúde ameaçam, agora com vigor renovado, a população europeia.

O diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), Hans Kluge menciona que somente na semana anterior 300 mil novos casos foram registrados, principalmente na camada mais jovem da população. Esses números refletem que os métodos de testagem estão cada vez mais aprimorados, além de mostrar a velocidade de transmissão da doença.


A própria OMS reforça que existem 5 milhões de casos confirmados na Europa. Há de se ressaltar que um dos principais temores é o aumento do número de óbitos, pois o vírus pode voltar a se espalhar entre as pessoas que são mais vulneráveis.

De fato, aqueles que pensam que a vida voltou ao normal na Europa, após o grande número de mortos e infectados pela Covid-19, estão enganados. Na França foi registrado o maior número de casos desde que a pandemia teve início, 10.593 casos na quinta-feira (17/09). Em abril, no ápice da pandemia, mais de 7.000 pessoas estiveram internadas em unidades de terapia intensiva em hospitais públicos franceses. Esse número foi diminuindo até o final de julho. Depois, manteve-se estável entre 350 e 400 pacientes até o fim de agosto. Então, em setembro, a situação virou de ponta cabeça.

Na renomada Paris, por exemplo, encontramos uma capital francesa fragilizada com 260 casos de Covid-19 a cada 100 mil habitantes. Os leitos da UTI (5000) estão sendo ocupados paulatinamente, tendo 36% deles já ocupados. Como a tendência é só aumentar, a prefeita Anne Hidalgo alerta para a necessidade de que os franceses unam-se para enfrentar os desdobramentos dessa “nova fase”. Com isso, eventos com mais de mil pessoas, além de reuniões com mais de dez pessoas em lugares públicos estão terminantemente proibidos.


Em relação à Inglaterra, o primeiro-ministro Boris Johnson pronunciou-se sobre o risco atual, afirmando a necessidade de adotar mais restrições no quesito do distanciamento social. Também foi anunciado que medidas para a diminuição de aglomerações foram impostas na parte nordeste da Inglaterra.


Por outro lado, a Irlanda encontra-se também em uma situação muito delicada. Desde abril, esse país apresentou o maior número de casos diários de Covid-19. Por conseguinte, no início da pandemia, Dublin impôs rígidas restrições às viagens internacionais dentro da União Europeia, sempre em busca de paralisar a enxurrada de enfermos pelo novo vírus. O primeiro ministro do país, Micheál Martin, já estabeleceu um novo “lockdown” para enfrentar essa segunda onda de casos. Diferente do primeiro confinamento, a Irlanda resolveu manter escolas e creches abertas. Em represália, restaurantes e pubs só podem prestar serviços por delivery e os irlandeses não podem viajar para distâncias superiores a 5 km de suas residências.


A Itália, o primeiro país ocidental a sofrer arduamente as consequências do vírus, está, mais que qualquer outro país, seguindo rigidamente o isolamento social e todas as ações preventivas. Júlian Miglierini, jornalista da BBC em Roma, afirma que o respeito e a rigidez da população em relação ao confinamento está diretamente ligado ao sofrimento enfrentado por esse país no pico da pandemia. Miglierini acredita que houve uma espécie de “trauma coletivo” e isso tornou as pessoas mais conscientes e determinadas a fazer o que precisa ser feito para lutar contra essa pandemia.


A Espanha, durante o mês de agosto, foi uma exceção. Os contágios do novo coronavírus cresciam cada vez mais, porém de forma constante. Ninguém poderia conjecturar o crescimento exacerbado de casos no final de julho, quando esses eram duas ou três vezes maiores do que os da França ou da Alemanha. Ainda que a situação parecesse controlável, no final de agosto, a Espanha já havia ficado sozinha. Com a curva em alta, o país entrou em uma segunda onda, diferente da primeira, mas ambas igualmente preocupantes. Pouco tempo depois, o restante da Europa, como que fadada, entrou nessa segunda onda da Covid-19.


Redatoras: Gabriela Miranda, Giovanna Cecília e Luiza Costa

Repórteres: Ana Clara, Caio Souza, Leandro e Vinícius

Design: Daniel Canton


 
 
 

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