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MANIFESTO PELA SEGURANÇA NA REDE

Foto do escritor: csmnewscsmnews

Em defesa do direito de tecer conexões digitais de forma humanizada



Muito se especula a respeito do futuro de um mundo distópico, hipnotizado pela infinitude de possibilidades oferecida por uma coleção de tecnologias altamente avançadas e inteiramente integradas às ações corriqueiras, de tal modo que o discernimento entre ambas as realidades- a física e a virtual- caracteriza-se pela existência de uma linha tênue, quase imperceptível, estabelecendo limites frágeis que antes nos protegiam das vulnerabilidades e ilusões dos ambientes digitais. Entretanto, basta atentar-se um pouco ao seu redor para concluir que a descrição feita anteriormente descreve com exatidão o que vivenciamos no presente, e que não é preciso verificar a existência de carros voadores nas cidades ou de rebeliões da Inteligência Artificial contra a humanidade para reconhecer os perigos a que estamos sujeitos com o advento da internet e suas contribuições.

Em primeiro lugar, é importante enfatizar que as críticas que aqui apresentamos não negam os avanços proporcionados pelo surgimento e aprimoramento das tecnologias, muito pelo contrário: clamamos por um universo virtual ético em suas práticas, que respeite e preze pela segurança de seus usuários, devolvendo-lhes o controle sob seus dados pessoais e opiniões, de modo que estes deixem de funcionar como produto sem que haja uma lógica de compra e venda oficializada. Assim, diante dos acontecimentos atuais, marcados pela intensa polarização política, difusão de fake news (notícias falsas), negacionismo científico e manipulação de opinião, é imprescindível que as empresas do ramo digital sejam responsabilizadas e cobradas em suas posturas. Acontecimentos como as eleições norte-americanas de 2016, marcadas pela intensa deturpação de informações e absorção arbitrária de informações privadas de eleitores revelam a urgência do cenário vivenciado pelos cidadãos digitais do mundo, e confirmam as exigências que apresentamos.

Portanto, expressamos neste manifesto nosso apreço por nossos direitos básicos no uso das redes (frequentemente esquecidos pela legislação e pela população) e pela nossa preocupação com o rumo traçado pelas mesmas, o qual, eventualmente, poderá resultar no colapso de toda a estabilidade política e social que um dia conhecemos, ameaçada pelo desestímulo do pensamento crítico e independente dos indivíduos. E, por fim, convidamos os usuários brasileiros a levantarem-se conosco, avaliando mais cuidadosamente a relevância dos pontos destacados, formando consciência acerca da dinâmica das redes sociais que utilizam e da participação indireta de corporações absurdamente lucrativas nesse processo, bem como exigindo desse sistema atitudes e posicionamentos concretos quanto ao estabelecimento de conexões humanizadas.


Belo Horizonte, 10 de novembro de 2020

Cecília Pereira Melgaço e Gabriela Queiroz Gomes Galdino-1°TD.

 
 
 

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