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Trabalho Luz e sombra- "A Cristo S. N. crucificado estando o poeta na última hora de sua vida"

Foto do escritor: csmnewscsmnews

Atualizado: 12 de dez. de 2020


No poema “A Cristo S. N. crucificado estando o poeta na última hora de sua vida” de Gregório de Matos, o eu lírico, confrontado pela iminente chegada de sua morte e pela consequente retrospectiva dos pecados que cometeu ao longo de sua vida, expressa, nos versos, seu clamor pelo perdão de Deus. Trata-se de uma manifestação poética majoritariamente lírica e sacra, uma vez que no texto predomina o caráter religioso e subjetivo, centrando-se, especificamente, na relação entre o fiel cristão e a força divina da qual o mesmo deseja obter misericórdia. Para que o objetivo seja logrado, no entanto, lança-se mão de uma série de recursos semânticos e sintáticos, por exemplo, os quais serão discutidos a seguir.

Na primeira estrofe, o eu lírico discorre sobre sua devoção para com Deus, descrevendo, assim, sua magnitude e a de suas leis, suas criações. Nota-se, também, que o tom assumido pelo poema é mais sóbrio e a escolha de palavras é especialmente meticulosa, o que revela a importância conferida pelo autor ao assunto abordado. Pode-se comprovar as observações expostas através dos seguintes trechos: “Em cuja lei protesto de viver,/Em cuja santa lei hei de morrer”.

Em seguida, guia-se o discurso para sua intenção principal: a de se estabelecer um canal de comunicação com a divindade, para que então seja explicitado o desejo de se alcançar a redenção. Nesse momento, adota-se uma linguagem de natureza conotativa, pois a proximidade do fim da vida do narrador nunca é mencionada de maneira direta, objetiva, mas sim, através da construção de um jogo de palavras, empregados de forma a caracterizar a urgência de sua situação: “Neste lance, por ser o derradeiro,/Pois vejo a minha vida anoitecer”. É relevante salientar a importância dessa escolha, levando-se em conta que, ao conferir maior dramaticidade ao contexto, corrobora, de certa maneira, com o processo de persuasão iniciado quase que imediatamente. Ao enfatizar-se a bondade e a grandiosidade de Deus, espera-se, assim, que seja concedido o perdão ansiado.

Apesar disso, a voz do poema reconhece humildemente seus pecados, bem como a grandeza destes: “Mui grande é vosso amor e o meu delito”. Ao mesmo tempo, é estabelecida uma antítese entre a finitude do pecado, da punição e a infinitude do amor celestial. Fica claro para o leitor, portanto, a confiança depositada pelo eu lírico nesse amor, avaliado, por ele, como maior do qualquer outra coisa que exista, mesmo do que os males humanos. Assim, por mais que esteja imerso em certa angústia e temor pelo seu destino póstumo no plano espiritual devido à consciência que demonstra em relação a tudo de errado que fez quando vivia plenamente, o narrador, apoiado em sua resiliente fé, espera ser salvo.

Por fim, pode-se destacar a presença de diversas características da literatura barroca no poema analisado. Entre elas, estão: a abordagem da temática religiosa, o estabelecimento de contraste entre opostos, o uso de figuras de linguagem, a exposição da fragilidade humana, o tom argumentativo (característico do poeta Gregório de Matos) e o conceptismo (uma das correntes do movimento literário, a qual objetivava convencer o leitor por meio de uma estrutura textual de qualidade).




A representatividade utilizada na primeira imagem é mostrada pelo contraste entre opostos, determinados pelas cores, além de luzes e sombras. Tendo em vista que o céu é um lugar com muita luz, o que remete a salvação e bem e o inferno como um lugar escuro, assustador e sombrio que dá a ideia de pecado e medo. A representação dos dois significa o impasse da pessoa, que é apresentada somente sua silhueta, como se ela não fosse a personagem principal, como se estivesse aguardando algo, entre a vida e a morte, esperando seu julgamento final.














A segunda imagem representa um amuleto para o eu lírico, o qual se diz religioso, sendo assim essa imagem de jesus serve de porto seguro, algo em que confia. Acredita no poder dessas divindades, e que elas têm o poder de salvá-lo. Fazendo menção a terceira imagem que apresenta uma bíblia, mais um símbolo dessa crença. O eu lírico quer ser salvo e pede perdão pelos seus pecados, revelando sua crença em um ser divino que pode levá-lo ao paraíso, ao céu tanto almejado pelas pessoas.










Trabalho realizado por: André Luis, Cecília Pereira, Gabriela Miranda, Gabriela Queiroz e Julia Fernandes- 1°TD

 
 
 

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