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Arte como refúgio

Foto do escritor: csmnewscsmnews

Atualizado: 15 de mai. de 2020

Dedicamos esse espaço no nosso Jornal para expor as manifestações artísticas dos alunos do Colégio Santa Maria Minas. Aqui, são bem-vindas quaisquer tipo de expressão, desde que o autor a considere como uma arte. Muitas vezes, somos cercados de pessoas que fazem trabalhos incríveis e nunca chegamos a conhecê-los. Essa é uma forma de mostrar talento, sensibilidade, expressão e que possamos nos lembrar que, apesar de tudo, somos arte.


Renascer

Renascer,

Palavra do dicionário que é ressurgir das cinzas,

Palavra que mata,

Envolve,

Transborda dificuldade,

Mas no fundo é uma dádiva que poucos têm.

É problemática,

Cheia de emblemas,

Tão imersa de enigmas,

Que nem mesmo o maior detetive pode ser capaz de desvendar.

Somente os cavaleiros de armadura de ouro podem exibir essa conquista,

Só pelo fato de eles serem capazes de dar um grande salto em meio ao escuro,

E eu lhe asseguro,

Eles sim são as verdadeiras fênixs.

Alice Maia da Costa Silva, 3° JB


És bem vinda

eu sei que você vai ficar comigo só um pouco

então aproveita esse tempo que a gente tem e depois segue sua vida


mas se quiser ficar mais ou voltar algum dia;

és bem vinda


senta e espera um pouquinho

daqui a pouco eu me solto

e vou ser eu mesmo

eu tento disfarçar porém não dá


és bem vinda.

André Alves, 1° TD


O Sol

hoje o sol não nasceu.


permaneci no escuro por mais tempo do que posso contar, envolvida pela melancolia

do vislumbre de uma vida inalcançável. possibilidades infinitas de se distrair do fato

de que vou morrer um dia e todos que eu conheço também vão. vivemos em ciclo

vicioso de vitoriosos derrotados, depressivos extasiados, ricos pobres de alma e

almas pobres de sol.


porque o sol não nasceu hoje.

e não nascerá amanhã.


amanhã, quando as mentes sedentas procurarem abrigo no útero da mentira, se a

noite virar dia, a verdade iria reinar?

não.


porque a noite não vira dia,

levando em consideração que

o sol não nasceu.


falta de luz deixa mentes vazias no breu, enquanto mentes brilhantes trabalham num

mundo que esteve escuro por séculos, mas nós só percebemos hoje. o blackout

generalizado das nossas cabeças tem evoluído enquanto nos calamos diante de um

oceano de podridão no qual ninguém arrisca se afogar. não vale a pena se sacrificar

por um povo que anda em círculos desde a primeira criança que morreu de fome.


desde o dia em que o que temos entre as pernas vale mais do que temos na cabeça,

que a cor da pele passou a separar nações e a beleza nos tornou débeis, o sentido da

nossa existência se resumiu a escuridão.


porque desde esse dia o sol não nasceu


e não nascerá nunca mais.

Maria Clara Campos, 1° TD


Covid-19

Uma realidade do século

Um vírus , uma doença

Entrará nos livros de história

Estará nos pesadelos.

Um vilão de coroa;

Um vírus da realeza;

Veio pra mostrar a importância da vida,

Ou a falta dela;

Um vírus que trouxe a força do amor ,

Ou a falta dele ;

Um perigo mundial;

Corona vírus.

Matheus Augusto Rodrigues 1° TD


continuo me perguntando

por onde escorrem

as cascatas de seus cabelos?

na orla de quais lençóis

quebram as ondas do seu corpo?

não saber me dá calafrios que vão

até a ponta dos dedos

o que aquecem seus braços

se não os meus?

e o que te deixou aos cacos

para que partisse

sem dizer adeus?

que olhares admiram sua beleza

tão invasiva que é intrusa

em meus sonhos de maior tristeza

que bares têm agora

o prazer de te ouvir cantar?

por onde andam esses pés

que nunca se cansam de dançar?

quais corações erram as batidas

com seu olhar que os atravessa?

quem está ouvindo seu riso alto?

quem te vê desfilar naquele salto?

onde seu batom

anda escrevendo seu beijo?

em que vida você deixa saudades

se não na minha?

quais poesias estão sendo escritas

sobre seus olhos castanhos?

quais versos derramam a paixão

que eles transbordam?

esses aqui, com certeza

almejo o dia em que verei com clareza

que não importa de quem

são os dias nublados

que você anda iluminando

pois é nesse triste canto

que você vai sempre radiar

são em minhas madrugadas

que ainda vou te ouvir cantar

são em minhas lembranças

que ainda vou te amar

e me alegrar de saber

que em algum momento

eu pude te ter.

Sophia Amorim Gomes das Mercês 9° FC


ando na rua sozinhO


é noite

corro pro ladrão não me pegar


é um dia

ando na rua sozinhA

corro pro moço não me estuprar


é dia. corro

é tarde. corro

é noite. corro

é madrugada. nem cogito!

madrugada já é hora de moça estar em casa

e ai dela se desobedecer!


ando cansada de tanto correr

e de não poder chorar

corro dos olhares insaciáveis que devoram

qualquer carne ou alma feminina

com medo, mas sem poder gritar.

corro dos puxões de braço que causam marcas e

calafrios

com ódio, mas sem poder demonstrar.

cada hora, cada minuto, cada segundo.

corro deles.


corro do motorista, do vendedor, do médico, do

padrasto, do primo, do tio, corro até do pai

ai de mim se parar de correr!

corro das estatísticas

das facadas

dos socos

dos gritos

das ameaças


E ainda assim eles me pegam.

Pois já nasceram com mil metros de perna, e eu

sou obrigada a crescê-las

Nayara Demétrio, 1° TA



Cura


Minha casa é pintada de listras pretas e brancas

Para compensar a ausência de cortinas e alavancas

De emergência

E disfarçar toda a incoerência

De minhas discussões levianas

Durante o banho

Mergulho-me na sopa de ervas

Caldeirão de bruxa, movimento estranho

Das minhas pernas, esticando-se, ardilosas

Buscando pelas chaves reservas

Para fechar o ferimento, e curar todas as sensações desgostosas

Traga-me as poções, lacradas em jardins proibidos

Distantes de quaisquer ruídos

Das minhas orelhas pontudas, das minhas promessas malucas

Protegidas de mim e da minha negação de liberdade

Pura maldade

Traga-me a cura

Embalada em frascos tortos e bonitos

Empoeirada com cinzas de anjos caídos

Derrame-a na banheira

De maneira simples e sorrateira

Abra todas cortinas, as portas e as janelas


E deixe-me sucumbir à verdade

E deixe que minhas mãos amarelas

Batam em meu rosto descrente

E transportem-me à realidade

Além da solidão

Existe um terceiro olho, benevolente

Esperando por mim, impaciente

‘’Derrube os muros’’, ele diz

E eu sou sua imperatriz

Por isso obedeço, e derramo lágrimas de

celebração

Esse é o grito

De libertação

Gabriela Queiroz Gomes Galdino, 1° TD




Obs: Caso tenha interesse em participar das próximas exposições, favor contatar a aluna Maria Clara Campos, do 1o TD, pelo WhattsApp (994714633), Twitter (@bbahhia), ou Instagram (@mbhia_).



 
 
 

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